Trabalho com tecnologia há muitos anos, desde quando cérebro eletrônico começava a trocar de nome para computador. As informações eram transmitidas por cartões perfurados, que antecederam os teclados de hoje.
Internet, nem pensar. O começo veio com um programa da EMBRATEL chamado de REMPAC, de utilização difícil e limitada a algumas informações, em especial do IBGE. Era o máximo dos máximos.
Para enaltecer o avanço tecnológico da novidade, um presidente da gigante IBM disse em exaltada proclamação que o mundo chegaria a ter, em breve, seis dessas máquinas. A imprevisão está perpetuada entre os que atuam com informática.
A aceleração das tecnologias ainda não estava calculada devidamente e agora os meninos – de até setenta anos- inventam aplicativos que permitem enxergar, na tela do telefone, até a farmácia mais próxima de onde estamos.
Chico Buarque ficou horrorizado com sua primeira experiência na Internet. Grande ídolo, foi xingado como nunca imaginou e gravou mensagem bem humorada sobre a experiência, que pode ser encontrada na rede.
Parece que a virulência da linguagem começa a diminuir satisfatoriamente e a rede mundial de computadores passa a servir ao salvamento de vidas, com a oferta de remédios, de órgãos humanos para doação e para a formação de redes de amigos que pararam de se perder.
A moral da história nos remete ao pastor Martin Luther King:
“- O que me preocupa não é nem o grito dos corruptos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética. O que me preocupa é o silêncio dos bons”.
Desde o começo dos anos 1960, sua análise ecoou pelo tempo e pelo mundo e hoje, na Internet, percebemos que não se perdeu. Sem o cessar das imprecações dos maus, desapareceu o silêncio dos bons.